sábado, 3 de março de 2018

Supercrítica Oscar© 2018: melhor animação




Na Supercrítica de hoje falarei dos desenhos animados que estão concorrendo à Melhor Animação no Oscar© 2018. São eles: Com amor, Van Gogh, O Touro Ferdinando, Viva: A vida é uma festa, O poderoso chefinho e The Breadwinner

Como sempre, as animações escolhidas são variadas e com processos de animações diferentes. Elas contam com traços arredondados, finos, tridimensionais e até mesmo com aspectos de pintura. 

Das cinco, três são direcionadas para o público infantil (O Touro Ferdinando, O poderoso chefinho e Viva) e duas para o público adulto e amadurecido (Com amor, Van Gogh e The Breadwinner). Todas trazem ensinamentos e entrenimento e ora emocionam, fazem rir, refletir e pensar. 

Não é por que são desenhos, que não trazem assuntos importantes, sérios e pertinentes. Posso citar os seguintes: suicídio, depressão, aceitação, preservação do meio ambiente, temperamento, trabalho infantil, preconceito cultural e de gênero, afetividade, questões familiares e disputa entre irmãos. Enfim, são animações riquíssimas nesse sentido.

A partir de agora, discorro sobre cada uma delas.



SINOPSE: Investigação apronfundada sobre a vida e a misteriosa morte de Vincent Van Gogh através das suas pinturas e dos personagens que habitam suas telas. Animado com a técnica de pintura a óleo do pintor holandês, os personagens mais próximos são entrevistados e há reconstruções dos acontecimentos que precederam sua morte.


Com amor, Van Gogh é uma animação inovadora e criativa. Ela foi a primeira totalmente concebida em pintura. Mais de 125 pintores criaram mais de 65 mil quadros, durante cerca de 1 hora e 40 minutos de filme. 

Um longa que contasse a história de um dos pintores mais controversos e polêmicos da história, Van Gogh, não poderia ser realizado senão em pintura. E não qualquer tipo, mas a de oléo sobre tela que Van Gogh tanto utilizou e revolucionou. O interessante é que os artistas contratados tiveram que pintar os quadros não utilizando seus gostos e estilos próprios, mas o do artista cinebiografado. Para o resultado final ficar primoroso, a diretora da animação, Dorota Kobiela, teve que afinar algumas coisas: "Tive de corrigir mais de 500 quadros por dia".

Veja o que o site Cinema e Pipoca falou sobre o processo de produção:

"- foi o primeiro filme a ser concebido todo em pinturas;

- para cada segundo eram necessários 12 pinturas, tudo para que a montagem possa ser feita;

- ao todo foram 65 mil quadros pintados;

- 125 artistas foram contratados para o trabalho;

- utilizaram a pintura de óleo sobre tela, a mesma que o próprio Van Gogh estudou e revolucionou."


Esse trabalho também pode ser visto no making off abaixo:









Com amor, Van Gogh nos permite conhecer quem era Van Gogh, mesmo que ele seja apenas um coadjuvante. Conseguimos mergulhar em sua vida e personalidade a partir dos depoimentos e pontos de vistas dos personagens que ele mesmo pintava em seus quadros. 

Com certeza não é uma animação direcionada às crianças pelo teor dos temas e da incitação de uso de bebidas alcoólicas e drogas lícitas. Além disso, traz cenas chocantes, violentas e depressivas.

Acredito que o filme tenha conseguido transmitir o que almejava. Ele é triste, melancólico, emocionante, mas também traz esperança e a busca dos sonhos. É uma narrativa lenta, com um bom roteiro, mas acredito que não irá ganhar o Oscar©.

Teve um orçamento de US$ 5,5 milhões (cerca de R$ 18 milhões).




SINOPSE: Inspirado no clássico de mesmo nome, de 1936, escrito por Munro Leaf, a animação conta a história de Ferdinando, um touro que não gosta de brigar, mas é escolhido para participar das famosas touradas espanholas. E é mostrando os desafios que esse gigante de bom coração enfrenta, que o filme vai falar sobre tolerância e a importância da amizade, de cuidar da natureza e transmitir uma mensagem de paz.


O Touro Ferdinando é uma das animações que quero que ganhe o Oscar© (Sim! Além dela, tenho mais duas favoritas!). Ela representa o Brasil, com o diretor brasileiro Carlos Saldanha - que nunca foi indicado ao Oscar©nessa categoria.

A animação é completa: tem aventura, entretenimento, emoção e lições de vida. Ela soube falar de temas sérios com carinho e delicadeza que dá gosto de ver. Além disso, os personagens (tanto o protagonista como os coadjuvantes) são cativantes. 

Gostei muito de como a história foi contada. O roteiro é muito bom e as cenas tem uma agilidade e dinâmica que fazem com que você fique vidrado na tela.




SINOPSE: Dirigido por Tom McGrath (de Madagascar), o longa é narrado a partir do ponto de vista do garotinho Tim, de 7 anos, que – como a maioria das crianças – fica enciumado quando deixa de ser filho único. E é usando a linguagem corporativa – com um bebê que usa terno e carrega uma maleta – que o filme vai abordar a competição que surge entre os pequenos, destacando o que irá unir esses dois irmãozinhos.



O poderoso chefinho foi a animação que menos gostei das que estão concorrendo ao Oscar© e acredito que ela nem deveria estar nessa categoria. É um dos piores desenhos que já assisti, sério. Tanto é que sua indicação despertou revolta nas redes sociais.

Achei a animação chata, fraca e desinteressante. Os momentos que eram para ser engraçados e cômicos, foram babacas e imbecis. Também achei o argumento ruim e o roteiro muito mal trabalhado. 

Os produtores e diretores do longa tinham bons temas em mãos (como conflitos familiares e disputa entre irmãos) mas não souberam aproveitar isso, criando uma animação mais fantasiosa do que precisaria ser.

Não recomendo O poderoso chefinho para aqueles que querem refletir esses temas, muito menos para quem quer um passatempo, já que é uma animação de entretenimento barato e fuleiro.




SINOPSE: Baseado na obra homônima de Deborah Ellis. Parvana (Saara Chaudry) é uma jovem que vive em um Afeganistão governado pelas forças do Talibã. Quando seu pai é preso de maneira injusta, ela precisa se disfarçar como um menino para trabalhar e garantir o sustento de sua família.



Gostaria muito que The Breadwinner ganhasse o Oscar© de Melhor Animação! É mais que um desenho, mas um alerta sobre temas fortes e atuais, como: trabalho infantil, preconceito de gênero e cultural, religião, responsabilidade, entre outros. Recomendo que todas as pessoas a assistam

The Breadwinner traz a produção executiva, de nada mais nada menos, que Angelina Jolie, que fez um trabalho grandioso juntamente com outros profissionais. O roteiro está bem feito, a produção artística também, assim como conta com personagens cativantes, suspense que cresce a nova cena, revelações incríveis, além de um retrato cultural espetacular.

A animação é uma adaptação da obra infanto-juvenil homônima de Deborah Ellis que conta a história de uma criança que trabalha a fim de sustentar sua família, além de pintar vários quadros da cultura oriental islâmica.

Mesmo sendo baseada em um livro infantil, The Breadwinner não é apenas para crianças muito menos foi realizada pensando nelas. Com muita sensibilidade e delicadeza os produtores trabalharam temas fortes com traços alegres e cores vivas. E o resultado final foi de se apaixonar, de arrebatar e de prender a atenção do início ao fim. Sério! Vocês precisam ver esse desenho! (Quem sabe não faço um post só sobre o filme?).

The Bredwinner venceu a categoria de Melhor Animação no Los Angeles Filme Critics Association Awards e no Toronto Film Critics Awards, além de Melhor Animação Independente no Annie Awards




SINOPSE: o filme da Disney/Pixar traz uma mensagem profunda sobre a importância da família. Ele conta a história de Miguel, de 12 anos, que quer se tornar uma músico famoso. O problema é que a família do garoto não aprova esse sonho. E a aventura começa quando ele decide visitar o túmulo do artista Ernesto de la Cruz no Dia de Los Muertos, a celebração mais popular do México.



Viva: a vida é uma festa é a terceira animação que torço para que ganhe o Oscar© juntamente com O Touro Ferdinando e The Breadwinner, mas acredito que Viva vença, já que ganhou o prêmio de Melhor Animação no Globo de Ouro - principal prêmio de cinema depois do Oscar© 

A animação é bem nos moldes de outros desenhos da Disney que trazem lições e reflexões. Dessa vez é discorrido sobre morte, vida, família e festas populares, de forma lúdica e que ensina tanto as crianças como os adultos.

Viva é um dos desenhos mais emocionantes desses que assisti. De forma tocante e cativante, ele conseguiu me ganhar, seja através dos personagens (como o principal, Miguel, e sua bisavó), a história, as reflexões e as músicas mexicanas. 

O longa foi um dos sucessos de bilheteria de 2017 e arrecadou US$ 656,76 milhões. Além disso, ele venceu o Globo de Ouro e outros prêmios na categoria de Melhor Animação como o do New York Film Critics Circle Awards, Critics' Choice Movie Awards, Annie Awards e Las Vegas Society Film Critics Awards. Ou seja, é o queridinho nessa categoria, sem sombras de dúvidas.

Além de concorrer à Melhor Animação, Viva também disputa em Melhor Canção Original com Remember Me.





INDICAÇÕES (2): Melhor animação e Melhor Canção Original (Remember Me).



Essas foram as minhas impressões dos desenhos que concorrem à Melhor Animação no Oscar 2018©. Gostaria muito que The Breadwinner, Viva e O Touro Ferdinando ganhassem, mas como só um irá escolho The Breadwinner, porque sou o diferentão hahaha

E para vocês? Qual é a animação favorita nessa categoria? Digam nos comentários! J-J


Por: Emerson Garcia

5 comentários :

  1. Oi Emerson! Tudo bom?
    São excelentes filmes, mas ainda não assisti nenhum!
    Obrigada por passar lá no meu blog.
    Volte sempre!
    ~ miiistoquente

    ResponderExcluir
  2. Oi, td bem?
    Adorei essas indicações! Adorei todos, e me emocionei hahaha
    Beijos
    www.somosvisiveiseinfinitos.com.br
    Vídeo novo: https://www.youtube.com/watch?v=4JCWoIg18T4

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Uau! Viu todos?! Isso é raro! E que legal que se emocionou com todos.
      Beijos!

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  3. De todos estes, Com amor, Van Gogh me conquistou. É simplesmente incrível o trabalho desempenhado para fazer este filme. Teve outra muito boa este ano, que é Pedro Coelho. Fazia muito tempo que não via um filme com uma animação tão boa quanto Pedro Coelho, o que mais me impressionou foi a produção como é bem-feita. O pedro coelho filme é uma produção muito bem-feita, além da história ser um clássico da literatura mundial e, vê-lo ganhar vida na tv foi incrível. Se ainda não a viram, eu recomendo amplamente, vocês vão gostar com certeza. Super indico

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