segunda-feira, 30 de abril de 2018

Os '13 porquês' de um blog #4: Entrelinhas


É com muita alegria que dou continuidade à esse quadro (Chegamos à quarta edição). Não imaginava que esse seria um projeto tão importante para o Jovem Jornalista e para vocês, leitores. À partir desse quadro já penso em inúmeros desdobramentos e surpresas, que em breve vocês estarão a par de tudo. Vamos ao parceiro do mês de abril!

O participante é o Felipe Lange do blog Entrelinhas. Preciso deixar registrado o entusiasmo do Felipe logo que o convidei. Ele disse, sem pestanejar: "Oi Emerson, claro que eu topo! Valeu pelo convite". Foi ótimo essa recepção dele, pois já estava preocupado em quem seria o parceiro do mês pois estava bem em cima da hora.

Aos que não conhecem como funciona o quadro, será assim: o Felipe dirá 13 porquês para ler/comentar/acompanhar o Jovem Jornalista no blog dele e eu farei o mesmo com o Entrelinhas aqui, agora. Vamos aos motivos?!


1- Porque o seu blog é uma fonte de literatura, cinema e entretenimento

É difícil para um blog traçar os temas que irá desenvolver e tratar. Tiro por mim: até chegar à trinca do Jovem Jornalista - Comunicação, Indústria Cultural e Jornalismo - demorei muito tempo. Fiquei admirado pelo Felipe ter conseguido uma linha/identidade para o Entrelinhas também. O blog não foge da proposta "Fonte de literatura, cinema e entretenimento", assim como a fanpage e o perfil do Instagram também não. Uma maravilha!



2- Porque o Felipe Lange é jornalista e não faz os posts por brincadeira!




Sim! O Felipe Lange é jornalista formado e tem todo o conhecimento de produção de conteúdo para a blogosfera, além de ser um apaixonado, mas não só apaixonado, um especialista em entretenimento, séries, filmes e livros. Além disso, ele também é assessor de imprensa.



3- Porque o Felipe traz resenhas detalhadas de séries





Não vou negar a minha paixão por séries e o Felipe traz resenhas tão detalhadas e ricas que me impressiona. Sério! Difícil achar alguém que escreva sobre séries como ele. Além de escrever sobre elas de forma geral, ele ainda escreve sobre temporadas específicas. Acho um máximo! Confira essa categoria no blog aqui.


4- Porque o blog apresenta resenhas de filmes fresquinhos do cinema




Foi incrível quando o Felipe trouxe a resenha de TODOS os filmes que concorreram ao Oscar® de Melhor Filme (E outros também) esse ano. Ele se aprofunda em vários aspectos das produções: atuações, trilha sonora, direção, roteiro, fotografia, etc. Vale a pena conferir as resenhas dessa categoria aqui.



5- Porque também tem resenhas de livros



Existem vários blogs hoje em dia que trazem resenhas literárias, mas será que são iguais as do Felipe Lange? Garanto que não! Ele consegue captar as essências dos livros de forma única, além de ter um jeito próprio e gostoso de escrever sobre eles. Constate aqui



6- Porque o Felipe Lange é detalhista


Como bom jornalista Felipe é detalhista. Ele não faz uma resenha somente por fazer, mas ele dá sua alma e seu melhor. Há uma pesquisa aprofundada nos posts. Felipe se preocupa em colocar os nomes dos personagens, atores, produtores e outros detalhes em suas resenhas. Elas são profundas e de qualidade. 



7- Porque o blogueiro interage com o público



Seja pelos comentários, fanpage ou Instagram, o Felipe interage com o público e eu acho isso muito legal pois quem faz os nossos espaços são vocês leitores. 



8- Porque o Felipe traz dicas que vão além de filmes, séries e livros





É muito bom quando um blogueiro não fica preso à um script ou roteiro. Além de trazer resenhas, o Felipe disponibiliza dicas para os seus leitores. Entre elas estão a de um chip de internet, de presentes de Amigo Secreto e de capinhas de celular. Veja aqui.



9- Porque a fanpage do blog (@blgentrelinhas) tem um conteúdo que complementa o do blog





Felipe utiliza muito bem a fanpage do blog para interação com o público e para trazer informações que complementam o blog - muitas vezes elas são diferenciadas. Nos posts da fanpage há muitas imagens, pequenos textos dos posts do blog (readaptados para o Facebook) e a utilização de hashtags. Acho muito interessante como o jornalista disponibiliza os links dos seus posts (de forma simplificada e atraente).



10- Porque o Felipe Lange utiliza o Instagram (@blog_entrelinhas) ao seu favor e do blog





O Instagram é outra ferramenta bem utilizada pelo jornalista. Ele traz a junção de imagens e textos informativos de forma interessante e criativa. Dá vontade de ver e acompanhar esse perfil! 



11- Porque o blog traz assuntos amenos e de entretenimento e o mundo precisa disso!




Em um mundo cada vez mais violento com notícias de tragédia, corrupção e miséria, o blog Entrelinhas vem como um alento e trazendo assuntos mais amenos. São posts divertidos, criativos e relaxantes. Vale a pena conferir!



12- Porque o Felipe é organizado


Outra característica que admiro muito nos jornalistas é a organização e eu percebo ela no Felipe Lange. Desde o blog de forma geral, os textos, o layout, até a fanpage e o Instagram, tudo é organizado e realizado com dedicação e empenho. Parabéns, Felipe! 



13- Porque o blog traz um visual bonito e atraente





O layout do Entrelinhas é clean e bonito, com o fundo de estrelas que traz o tom lúdico e de entretenimento do blog. Não há muitas informações desnecessárias que poluem seu visual. Gosto muito das espécies de "vitrines" que apresenta os filmes, livros e séries já resenhados na barra lateral direita do espaço. Trouxe um recurso visual interessante, uma vez que os produtos giram de forma dinâmica.


Esses são os motivos/porquês para você, leitor, acompanhar o blog Entrelinhas. Veja aqui o que o Felipe Lange disse a respeito do Jovem Jornalista. Gostaram dos motivos? Já conheciam o blog? Digam nos comentários. Até a próxima! J-J


Por: Emerson Garcia

sábado, 28 de abril de 2018

Falso estupro: em que a mentira de uma menina de 11 anos implica nas denúncias reais de abuso sexual?




A notícia de uma menina de 11 anos que foi estuprada por 14 homens em Praia Grande (SP) comoveu o Brasil e levantou questões polêmicas. Feministas de plantão e pessoas comuns se indignaram com o caso, demonizando os 14 supostos estupradores. Contudo, após investigações e exames, foi descoberto que a menina realizou uma falsa denúncia de crime de estupro. Sem meias palavras, ela mentiu. 

Depois dessas constatações, não vi nenhuma feminista mimizenta dizer que a mentira da garota era inadmissível, nem as implicações dela sobre as denúncias reais de crimes de estupro e o quanto ela fora prejudicial. Pelo contrário, o que vi foram feministas protegendo a garota mentirosa, gritando nas redes sociais seus ideais feministas e bloqueando seus posts no Twitter por conta de comentários ditos "machistas" (Garotas, arranquem os sacos dos homens!).

Esse post terá o intuito de: desmascarar a mentira da menina; analisar suas implicações;  e verificar as falas feministas sobre o caso


A mentira


Foram várias informações desencontradas, além do exame negativo de lesão corporal. De acordo com o G1, a menina inventou abuso em baile funk para não apanhar de uma garotaIsso com a ajuda de uma suposta "tia". 

A garota não mediu as consequências de sua mentira, muito menos o que isso implicaria. Somente pensou em seu lado. Uma menina nessa idade já tem noção de suas atitudes, ela não está com suas faculdades mentais em desordem. Ela não é mais criança, mas uma pré-adolescente.

Confira a mentira da menina e as informações desencontradas:


- A garota disse que o crime ocorreu em um baile funk no dia 18 de abril, sendo que foi constatado que não houve nenhuma festa organizada na cidade esse dia;

- A suposta "tia" disse em depoimento disse que a garota foi expulsa de casa pela mãe, que é acamada, mas essa versão também é inverídica; e

- A garota disse que foi estuprada por 14 homens, mas em exames do IML não foi encontrada nenhuma lesão compatível com uma agressão de tamanha intensidade. A hemorragia da menina era porque estava menstruada.


Mesmo com a mentira da garota, o Conselho Tutelar não esquivou-se de sua função de protegê-la. As investigações e o prosseguimento do caso estão sob a responsabilidade da Delegacia de Defesa da Mulher (DDM). 

Enquanto as investigações e a papelada (Ou seria papelão?!) estão em andamento, a mentira da garota desencadeou uma série implicações não tão favoráveis para a sociedade, principalmente para você, mulher, e até mesmo para você, feminista

E AÍ, QUEM PODE PUNIR A MENINA POR SUA MENTIRA DE PROPORÇÕES GIGANTESCAS? NINGUÉM, NÉ?!



Implicações





Será que as feministas refletiram em quanto a mentira da garota prejudicou as denúncias reais de abuso sexual? Ou tem conhecimento de quantos homens foram acusados ou violentados nas prisões por conta de uma falsa comunicação de estupro? Elas alegam que protegem as mulheres, mas será que estão de fato as protegendo neste caso em específico?! Na verdade o que há é a proteção de uma mentira e o fortalecimento de um movimento.

Em maio de 2017, em uma série intitulada A resposta (nada educada) de Pedro Blanche às feministas: "Seu movimento é uma *!", Pedro Blanche revelou o esporte preferido das feministas: promover e alimentar falsas denúncias de estupro. Não há uma preocupação em checar a veracidade dos fatos.

A atitude desse movimento contribui com a falta de credibilidade de casos de estupro reais; ajuda a desproteger as mulheres; incrimina homens de bem injustamente (Logo elas tão justas, né?!); e dá oportunidade para que os verdadeiros estupradores continuem realizando crimes.  

O site Aos Fatos publicou uma reportagem em 2017 em que dizia que 80% das denúncias de estupro são falsas, sendo que não há dados que comprovem isso mesmo com pesquisas e divulgações na mídia. Para a justiça, esta é uma afirmação "insustentável". Veja:




Existe até uma ideia de lei (64.353) que torna a falsa acusação de estupro um crime hediondo e inafiançável. Veja a prerrogativa:


"Devido à impunidade, diversas mulheres se utilizam desse artifício para atingir homens, que têm sua vida arrasada, muitas vezes são estuprados na cadeia, sofrem linchamento público, perdem o emprego e dignidade e nada acontece".



Falas feministas



Nas redes sociais o caso repercutiu bastante. Destaco a postagem de uma internauta que compartilhou um print de tuítes no Facebook sobre o caso. Veja:






Na descrição do print a pessoa já escreveu o seguinte: "Quando eu digo que a maioria dos homens não tem mais salvação, é disso que to falando". É claro que ela aproveitou a notícia para dizer verdades "absolutas" feministas e fortalecer o movimento. 

O interessante, é que mesmo após a constatação que a garota estava mentindo, esta pessoa e outras mulheres continuaram levantando a bandeira feminista, relativizaram a mentira da garota e não se atentaram para as implicações e prejuízos com os casos reais de abuso sexual. Duvida? Vejam esses prints (Separei por tópicos para facilitar o entendimento):



1- A proliferação da mentira



Mais grave que a mentira, é a proliferação dela nas redes sociais. E vi muito isso no caso dessa menina. Gente falando que "a mãe dela tá internada em um hospital" e blá blá blá. Quando as investigações provaram que a mãe não está doente, nem acamada. Essa atitude é de gente que se agarra a qualquer notícia sem checá-la. E quando a verdade vem à tona não tem a coragem de se retratar em público e dizer: "Olha, gente. Eu errei ao publicar uma notícia falsa"



2- E o cérebro para as feministas?



Vi muitas mulheres, além da autora do post, recharçando comentários de homens e dizendo que eles são burros e idiotas, sendo que elas também foram por acreditarem e proliferarem uma mentira. Burras também são elas ao promoverem notícias falsas de estupro e prejudicarem as denúncias reais



3- E torna a mentira da menina aceitável?



Tudo bem que o estupro e o apoio à ele são inaceitáveis, mas a mentira também é e não vi nenhuma das mulheres no post dizendo que a menina estava errada por haver mentido. O que houve foram panos quentes em cima da última notícia e uma relativização da atitude da garota. Claro, o feminismo acima de tudo e todos, até de uma mentira de uma pré-adolescente!

Parafraseando o print a seguir: "Como caralhos você acha admissível uma garota de 11 anos mentir sobre um estupro?!"





4- Pensando bem... hmmm... Não sei nem o que tô falando!













Depois da notícia que a menina havia mentido, a autora do post ainda quis sair "por cima da carne seca", mas acabou se embananando e não falou coisa com coisa. Ela disse: "Ainda bem que nesse específico não ocorreu nada" para tentar se corrigir, mas sem mencionar que a mentira da garota foi inadmissível e atrapalhou as denúncias reais de abuso sexual! A única questão sobre a "vítima" que ela não quis levantar foi o fato dela ter mentido. Que estranho, né leitores?



5- Bem... hmmm. Eu odeio os homens porque... porque.. odeio, ORAS!















A notícia dessa menina serviu de mola propulsora para feministas destilarem seu ódio contra os homens nos comentários. Mais importante que saber como a garota estava psicologicamente (Se houvesse o estupro mesmo!), foi xingar os rapazes de toda a sorte de nomes e, se possível, arrancar o saco deles! "Castração química neles" e "Muito macho lixo" são alguns dos exemplos. 












Até mesmo a autora do post teve que trancar o seu perfil porque tinha muitos machos xingando feministas. E o que elas fizeram não está na categoria dos xingamentos né? (SENTEM LÁ, CLÁUDIAS!). O que há, nesse caso, são dois pesos e duas medidas


























6- A menina mentiu?! Sério? E daí?! Deixa eu sacramentar essa situação com um textão feminista!





O melhor comentário deixei para o final! HAHAHA É claro que uma feminista não perderia a oportunidade de expremir as ideias do movimento em um textão né? E daí que a menina mentiu?! E daí que o texto está cheio de inverdades e mentiras, provadas mais tarde pela medicina e investigação? O que importa mesmo é que o movimento feminista esteja em primeiro plano.



As verdades


Você quer uma verdade? Posso te dar três:

- O feminismo pouco se importou se a garota estava mentindo ou não, apenas se seus ideais seriam pregados à qualquer custo;

- O feminismo pouco protegeu e fez questão de proteger a menina. O que pesou na balança foi publicar textões de impacto da agenda feminista, xingar os homens  e fortalecer o movimento; e

- Na hipótese do crime ter existido, preocupou-se em colocar a responsabilidade no Estado e em fazer com que o criminoso cumpra as leis, retirando as responsabilidades individuais e o poder de autonomia de cada um (Sim, uma menina de 11 anos tem autonomia!). 


Enfim, espero que as feministas tenham percebido quais foram as implicações de um falso estupro agora. E podem vir jogando verdades na minha cara nos comentários, eu não tenho medo. J-J


Por: Emerson Garcia

sexta-feira, 27 de abril de 2018

Rádio Bagaralho: Programa "Nos Embalos da Vitrola" #2






Olá ouvintes da Rádio Bagaralho FM (Rádio Bagaralho, a rádio do... povo). Aqui quem fala é o locutor Arthur Claro, aquele que é igual porém diferente. Com o oferecimento da Pharmácia Philadelphia (onde o freguês começa com F) começa agora o programa Nos Embalos da Vitrola.


Bee Gees - Night Fever






Elton John - GoodBye Yellow Brick Road






Chic - Le Freak






Maria Alcina - Fio Maravilha







Luiz Ayrão - No Silêncio Da Madrugada






Ednardo - Pavão Misterioso





Queridos ouvintes, quero agradecer a todos e espero que continuem ouvindo a Rádio Bagaralho. Uma boa sexta-feira e um fim de semana repleto de felicidades. Beijos e abraços. J-J





Por: Arthur Claro

quinta-feira, 26 de abril de 2018

“Isso a Globo não mostra”: Ensaios sobre a emissora de televisão mais assistida e falada do Brasil

Maior emissora de televisão do Brasil faz 53 anos em 2018. | Rede Globo


Em 13 de novembro 2017, o editor-chefe do Jovem Jornalista Emerson Garcia repercutiu [1] a campanha Cem  milhões de uns promovida pela Rede Globo desde 22 de outubro do mesmo ano. Em seu texto foram apontados temas como campanhas de boicote à Globo até a estratégia da empresa de se posicionar perante o mercado especializado e variados públicos.

Neste texto será exposto – de forma básica (objetiva e subjetiva) e da perspectiva deste curioso e interessado por assuntos de televisão e comunicação – os motivos da Globo ser a emissora líder em vários seguimentos.

Hoje, 26 de abril, a Globo completa 53 anos de atividade. Contempla 123 emissoras próprias e afiliadas, canais de TV no exterior, e a segunda maior rede de televisão do mundo, atrás da American Broadcasting Company (ABC) dos Estados Unidos. Isso fora seu núcleo de produções (Estúdios Globo) e convênios com outras empresas de comunicação internacionais.


1 – O significado da frase “Isso a Globo não mostra!”

Você já viu e/ou ouviu esta frase em diversos lugares físicos e virtuais, mas esta divisa possui muito mais significado do que se apresenta. Quando aqueles dizem “Isso a Globo não mostra!” é por dois motivos: A) se não sai na Globo, não existe ou some do ciclo de conversas e debates; e B) o reconhecimento e importância em aparecer na Globo.

Autores e porta-vozes da frase ao mesmo tempo em que criticam o “não mostrar” da emissora reconhece a Globo como principal vitrine do retrato do cotidiano dos brasileiros. Se a Globo mostra, vira assunto, é visto. Caso contrário, isso ou alguém “não existe”.


2 – O “fazer TV” da Globo: talentos, prestígio e padrão de qualidade

15 anos após a vinda da Televisão para o Brasil (1950), A TV Globo aprendeu com as experiências anteriores de TV e criou uma alternativa de emissora frente às líderes Tupi e Excelsior. A união entre diversos profissionais, pesquisa e experimento (controlado) em se diferenciar perante o mercado publicitário e os telespectadores, por exemplo, fez a Globo se sobressair e abocanhar grandes espaços no seguimento.

É verdade que a Globo não inventou a telenovela diária, o conceito de rede nacional e não foi ela que expôs e valorizou o talento brasileiro, mas soube explorar e criar seu próprio estilo em realizar as atividades supracitadas. Fazer TV de forma profissional, sem estar ancorada em astros e estrelas (mais adiante abordo o assunto) e conhecer seu público fez da Rede Globo a estação líder de audiência até os dias de hoje.

Importante citar Boni, Walter Clark, Hans Donner, Dias Gomes, Janete Clair, Daniel Filho, Armando Nogueira, Joe Wallach e Homero Icaza Sánchez como alicerces da base que criou a Globo como conhecemos. Além de outras das empresas do Grupo Globo (explorarei mais a frente).


3 – A maior vitrine do Brasil: harmonia com mídias e tecnologias

A televisão já foi o cerne das atenções dos brasileiros antes da popularização da internet. A Rede Globo soube trabalhar com a tecnologia para expandir seu sinal com qualidade e boa resolução aos telespectadores. Ao trabalhar com um modelo de publicidade variada, em vez de ter um patrocinador único – na época responsável por produzir e gerir um programa de TV – ganhou autonomia social e financeira. Assim nenhum programa, comercial e pessoa qualquer aparecem na Globo. De um jeito ou de outro tinha que se enquadrar ou cair nas graças do padrão da empresa.

Mesmo após a proliferação das mídias e redes sociais, a Globo teve sabedoria para lidar com estes meios. Por meio da TV Globo se anuncia e divulga atividades de outras mídias. Mesmo com tanta agitação no mundo virtual, esta só ganha atenção se ela repercutir na televisão. Por exemplo: o que se fala na internet só ganha visibilidade se aparecer na TV.


4 – Uma emissora “sem astros e estrelas”

Deixei “sem astros e estrelas” entre aspas no caso da Globo para explicar a independência dos  mesmos como chamariz da empresa. Para ter um exemplo, vejo e/ou ouço muita gente que assiste o Jornal da Band (Rede Bandeirantes) por causa do jornalista Ricardo Boechat. Isso é latente porque a emissora do Morumbi busca um substituto do âncora [2] por conta dum futuro programa nos finais de noite com o humorista José Simão.

Isso não acontece no caso da Globo. Apesar dos agitos nas redes sociais a respeito da saída de Evaristo Costa da bancada do Jornal Hoje, nem a emissora e muito menos o telejornal sofreram com a ausência definitiva do jornalista. Dony de Nuccio assumiu a lacuna do JH de forma tão natural que no geral a audiência do noticioso foi inalterada.

A Rede Globo já teve Silvio Santos, Chacrinha, Dercy Gonçalves, Gloria Magadan, Xuxa Meneghel, ente outros, mas isso não impediu que eles fossem dispensados da emissora. A ESTRELA PRINCIPAL DA GLOBO É A PRÓPRIA GLOBO. Sua imagem não depende duma grande personalidade para lhe dar sustentabilidade e prestígio. O mesmo não se pode dizer das concorrentes: quando seu artista sai de cena (por demissão ou morte) os índices de audiência oscilam bastante (vide Marcelo Resende, Hebe, Gugu e Leda Nagle, por exemplo).


5 – Transição: mudando sempre sem que os outros percebam

Como toda empresa, a Rede Globo muda sua plástica (vinhetas, trilhas sonoras, identidade) de forma gradual, sem impactar em sua essência. Esta filosofia vem com o que existe antes da TV (no jornal O Globo e na Rádio Globo foi assim). O jornal fundado em 1925 por Irineu Marinho passou de vespertino à matutino lentamente. [3] Até o herdeiro do jornal, Roberto Marinho, teve que começar de baixo para conhecer o local de trabalho de seu pai:

 “Após a morte do pai, teve o desafio de se preparar para assumir o recém-criado jornal O Globo. Passou dez anos ao lado dos companheiros de Irineu Marinho, aprendeu a profissão e se tornou o diretor-redator-chefe.”


A mesma filosofia foi com seu sistema de emissoras de rádio da Globo. Numa série de emissoras de rádios populares nas décadas de 1940 a 1980 até restar a Rádio Globo, a CBN e a BH FM (Minas Gerais). Para se ter uma ideia as rádios Excelsior (São Paulo) e Mundial (Rio de Janeiro) foram extintas para criar a Central Brasileira de Notícias.






No caso da Rede Globo de Televisão exemplifico a mudança da marca criada por Hans Donner. Aos poucos ela foi clareando e perdendo o aspecto metálico e brilhante para dar lugar a imagem minimalista.


Desde 1993 a marca da Globo perde seus detalhes metálicos. | montagem: LAYON YONALLER



Programas como o Jornal Nacional e a Novela III (antes conhecida como “novela das oito”) mudaram de horário gradualmente com base em pesquisas de audiência e acompanhamento do cotidiano dos brasileiros. Raramente a Globo faz mudanças drásticas em sua programação. No geral, a base novela-jornal-novela seguida de uma grade especial com programas diferentes a cada dia da semana é uma das marcas que fazem da Rede Globo líder de audiência acrescido da sua robusta produção de atrações.


6 – Tudo o que a Globo lança você saberá querendo ou não

Com todo este arcabouço (rádio, televisão, internet, impressos) acrescido de programas de TV que tem a Globo – e seus produtos e artistas como pauta central como se vê nos programas vespertinos – você saberá o que passou na emissora mesmo sem ter assistido o canal por um tempão. Veja este comentário que colhi na internet por exemplo:

“Que chatice tanto BBB na minha timeline... Não acompanhei, não gosto, mas parece que somos forçados a conhecer os personagens mesmo sem querer! É baixaria atrás de baixaria durante o programa, agora as mídias vem exaltar a vencedora... Muito bacana a história de vida dela, mas o BBB continua sendo um programa inútil!”


Uma coisa dessas dificilmente você verá em outra grande emissora brasileira com constância, conforme expliquei no item 3 e 4.


7 – O (automático) hábito global de ver a TV Globo em todo o lugar

Encerrando esta série de fatores e puxando o que falei no tópico 2, é que com todo o esforço da empresa em ser uma referência de televisão para com o público popular e específico (publicitários, comunicólogos, especialistas e críticos em geral) fez que no final das contas se assistisse a Globo ou porque o programa exibido é bom ou o menos pior depois de ficar gastando o dedo trocando de canal.

O hábito global é constante em bares, padarias, salões de beleza, terminais rodoviários, repartições públicas e outros locais de grande circulação. Mesmo se um canal concorrente passar o mesmo evento (plantão jornalístico, futebol, show) por alguma razão dita aqui ou não o indivíduo vai sintonizar na Globo.


Considerações finais

Neste ensaio busquei trazer à luz de tantos que gostam, odeiam ou estudam sobre a Rede Globo de Televisão o motivo da frase dita no título. É verdade que a Globo usou muitos caminhos desconhecidos para chegar onde está, mas algo também explica a preferência automática no canal do Jardim Botânico: a falta de um modelo alternativo de televisão das emissoras concorrentes. Se der uma olhada na grade de programação delas haverá semelhanças com as da TV Globo; há até picos de vitória das adversárias da emissora, mas não duram por muito tempo pela ausência de um objetivo traçado para competição de pontos de audiência.

É por isso que apesar do sucesso de Pantanal (Rede Manchete) e Os Dez Mandamentos (RecordTV) não houve cuidado e visão de longo prazo para ter condições em brigar com a Globo. Mas isso é outro assunto... 

No fim, o “Isso a Globo não mostra” é a prova incontestável de quanto a Globo é vista por muitas pessoas, pois sabem de seu potencial de difusão de informações e seus efeitos complementares, como publicidade e notoriedade.

Fique com este vídeo sobre o início da TV Globo retirado do Memória Globo [4]. J-J




















Por: Layon Yonaller, colaborador especial do Jovem Jornalista
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